quarta-feira, 4 de julho de 2012

Da Amizade (e dos Defeitos)

Três cadeiras já estão feitas. Faltam outras três, duas das quais ainda nem ao exame fui. Enfim, não está a correr mal e pode ser que assim continue.

Meus queridos leitores, digam-me lá uma coisa: quando apontamos um defeito a determinada pessoa deveríamos, em primeiro lugar, fazer um exame à nossa pessoa para ver se o mesmo defeito também nos toca, não acham? Ou seja, se vou chamar orgulhoso ou mimado a alguém, deveria primeiro verificar se também não sou um orgulhoso ou mimado. Da mesma maneira que devo analisar as minhas condutas se vou chamar a atenção de alguém sobre uma sua conduta menos correcta.
No fundo, "antes de apontares o dedo, olha para ti primeiro". Certo?
Ora, eu tento (umas vezes (muitas) com sucesso, outras nem por isso) avaliar as situações antes de chamar à tona o defeito do outro. Não parto logo para a "ofensa" sem ver antecipadamente o meu profundo eu.
Porque depois, meus caros, acontece o que me aconteceu: cheio de raiva e cego por me derrubar (inteligentemente, disse ele), apontou-me três ou quatro coisas menos boas (orgulhoso e mimado incluidos), coisas essas que eu reconheço em mim (verdade. Mas os defeitos tornam-nos reais) mas que, ao tentar fazê-lo perceber que também ele tinha X e Y defeito, decidiu que a nossa relação (meramente cordial, uma vez que frisou que "amigos não somos") não era boa para ele, defensor (pouco experiente) do Budismo, e que cada um devia seguir o seu caminho.
É sempre mau perder uma relação com uma pessoa que até tem valores em comum contigo, que te ensina coisas e aceita que lhe ensines, que troca experiências e gostos contigo, que faz e não impede pela construção de uma boa amizade. Mas é pior conviver com uma que se acha uma divindade limpa de defeitos e toda ela cheia de qualidades que todos devem seguir. Daí que esta separação não tenha sido muito penosa. Ok, quebraram-se os hábitos de falar todo o dia e de combinar coisas atrás de coisas. Mas pronto, o facto de não se ter alongado mais permitiu esta (quase) ausência de tristeza. Moving on!

Fiscal e Sociedades esperam por mim. Só dia 11 me vejo livre deste peso!

Beijos

6 comentários:

  1. "Imma imma a diva" not.
    E tal como escreveste, antes de apontar defeitos, olha para ti mesmo. É muito bonito escrever isto tudo e parecer boa pessoa, pior é pôr em prática. RL

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  2. Exactamente por olhar para mim mesmo antes de apontar seja o que for a outra pessoa, é que escrevi este texto. Mas vá, se calhar não leste bem ou então julgas que me conheces para me apontar (ai, ai, ai) esse presumível defeito! Mas obrigado pelo (nada conveniente e nada certeiro) comentário.

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  3. De nada, dispõe sempre.
    Eu li a maioria dos teus "textos", os mais recentes. Fiz um comentário a basear-me nisso mesmo e julgo que escreves para te mostrares mais forte do que és. Mas também te digo, não te fica nada bem esse hábito de "arrasar". É preciso saber fazê-lo e já passou de moda.
    RL

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  4. Então permite-me que te diga que não te fica nada bem falares do que não sabes. E isso, nunca foi moda.

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  5. O que eu sei, o que tu sabes, à nossa consciência pertence.
    RL

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