quinta-feira, 9 de maio de 2013

Being Gay

Então não é que ontem, em plena queima e queimado com 2 litros do mais variado álcool, se viram para mim e me dizem, com distinta sinceridade (que agradeço), que eu sou uma das razões da existência da homofobia? Que por minha causa as pessoas odeiam os gays?

Fiquei deveras impressionado. Quer dizer, uma das coisas contra as quais eu sempre lutei para não existir acaba por ser aquela de que me acusam. Será por, em contexto de amigos, eu me comportar de maneira descontraída e usar linguagem que, com a única razão de divertir os meus amigos, aponte para a bichice? Será porque me vesti de Super Ratona no Carnaval, novamente com o intuito de divertir os meus amigos? Ou será porque o meu segundo nome é Diva e eles não conseguem aguentar isso?

Não faço ideia das razões. Mas é óbvio que as pessoas que me apontam o dedo como razão da homofobia não me conhecem. Nem sequer sabem o quanto eu mudei dezenas (e não exagero quando digo isto) de mentalidades.
Não sabem como foi difícil assumir-me perante um novo mundo e centenas de pessoas diferentes que nunca em toda a vida tinha visto. Não sabem como consegui com que pessoas que odiavam homossexuais mudassem esse seu preconceito ao conhecer-me. Não sabem que existem pessoas que dizem "Eu não gosto de gays, mas o João Guimarães é impecável".

Meus caros homofóbicos, vocês são assim, não por minha causa, mas porque ainda não evoluíram. Não despejem em mim a responsabilidade da vossa estagnação temporal. Pensem o que quiserem de mim, digam o que quiserem de mim. Não me culpem da vossa falta de visão.

Tenho dito.

domingo, 21 de abril de 2013

E quando alguém morre?

Eu e a Lili (e muitas outras pessoas, é certo, mas a Lili é que me falou disto há pouco tempo) temos um problema sério. Não, não estou a falar da nossa obsessão pela moda nem da nossa aflição em comer imenso e bem e não aumentar dois números de roupa por refeição. Não. Estou a falar de um outro problema que, repito, também vocês já devem ter passado: o que dizer numa particular situação emocional.

Quando o nosso amigo faz anos, sabemos o que dizer. E nem que não saibamos expressar filosoficamente as nossas felicidades ("espero que cresças a par de ti mesmo" ou "mais um passo em direção aos 30"), um simples "Parabéns!" fica sempre bem, põe um sorriso na cara do aniversariante e "mais um que se lembrou" no seu pensamento.

E quando alguém morre? O que se deve dizer? O que está certo e o que temos de evitar?

Eu nunca sei o que dizer nestas situações. Felizmente, são raras as vezes em que isto acontece. Mas nunca tenho as palavras na ponta da língua que me ajudem a verbalizar o que sinto, o que quero que a outra pessoa saiba.
Quase sempre fico-me pelo "Força"... Nunca digo a mais comum ("os meus pêsames"? "os meus pêsamos"?) porque acho que tem uma carga negativa muito forte e não passa aquilo que quero. "Os meus sentimentos", talvez, mas os meus sentimentos não são de certeza os da outra pessoa. Se calhar é mesmo isso que esta expressão significa.

Não sei se isto acontece convosco ou sequer se pensam nisto. Mas acho que vou pedir à Bobone que escreva um livro sobre "Etiqueta e o que dizer na Morte" porque, sinceramente, fico perdido quando ela bate à porta.

Boa semana!

domingo, 14 de abril de 2013

Dos Fakes

Queridos leitores,

Espero encontrar-vos bem. Eu cá vou, sempre um passo de cada vez, com calma, para não cair.
Por falar em cair, muita coisa anda a cair em desgraça.

Então não é que agora deu na cabeça das pessoas fazerem passar-se por outras? Sim, miguitos! Criam outras entidades, qual Batman, para se protegerem (principalmente aos dentes e ao nariz porque, com a quantidade de merda que fazem, o mais certo seria ficarem sem eles se fossem descobertos) e, em vez de lutarem contra o crime e serem bons cidadãos, qual Batman (de novo, eu sei), difamam bons-corações, criam fogos onde nem fumo havia e, pior, instauram a confusão no seio daqueles que nada fizeram.

E criam essas entidades sem vida (própria - gosto de pensar nos fakes como a Lua, não tem luz própria, precisa do Sol para se iluminar) para as mais diversas (e iluminadas, pensam eles) situações: para a tão velha conversa do engate, para a não tão nova procura de informações que à partida estariam vedadas, para destruir grupos (de amigos, de praxe, políticos, ideológicos e afins)... Para criar o caos!

Bem, pelo menos tentam. Ainda acredito que há inteligência suficiente para não nos deixarmos influenciar pelas palavras duma pessoa que só existe porque um cobarde a criou. Temos de relativizar o que nos é dado a ler/conhecer, conversar com as pessoas que seriam afetadas pelo que o fake disse/fez/insinuou, tentar chegar à verdade. Que, como já vos disse, vence sempre (reler http://ofogodebennu.blogspot.pt/2012/12/joao-e-o-sr-dizquedisse.html )!

Um abraço!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O dia da gravata

Não, não acabei de inventar mais um dia em que é suposto comemorar-se as gravatas. Para isso já chegam os dias dos Irmãos, das Árvores e das Pessoas com Diabetes. Lamento.

Escrevo porque achei curiosa a reação das pessoas à minha indumentária de hoje, nomeadamente, à gravata que trazia (ao pescoço, claro está).

Decidi, quando estava a acabar de me vestir, que o apontamento que faltava (para mais um visual extraordinário, como já habituei o Norte) era a gravata vermelha que estava guardada na sua gaveta, ao lado de tantas outras, faz anos. Dei o nó que aprendera aos dez anos a fazer e saí, com a certeza de que iria ser alvo de comentários (just love it *.*).

E nem precisei de sair de casa para os começar a ouvir. A mãe atacou-me logo com um "Vais ter alguma apresentação hoje?" e o pai perguntou se ia ao Tribunal.
No comboio, uma amiga quis saber se estava a estagiar.
Na faculdade, desde "já está na altura da Oral Interdisciplinar?" a "fica-te mesmo bem!", passando por "onde é que vais assim?", os comentários não pararam!

É mesmo giro ver que uma simples nota no teu visual diário faz logo a diferença. Espero que tenham gostado. Eu gostei e, acima de tudo, senti-me bem.

Pelo sim, pelo não, amanhã repito!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Falas

"- Olá!
- Olá...!
- Então, como estás, rapaz?
- Normal... e tu?
- Bem!
- ...
- ...
- ...
- Então, que tens feito?
- Nada de especial. Tento arranjar vontade para estudar, apetite para comer, força para continuar... E tu?
- Ai, ai, tu e os teus dramas!!!
- É, sou assim...
- Não devias! Não há motivos para isso!
- Não?
- Não! Se as coisas acabaram entre nós é porque não funcionavam e tu tens é de continuar com a vida que tinhas antes de eu aparecer. E acabar com os dramas!
- Não é fácil...
- Make it that way!
- Diz-me, quantas vezes te lembraste de mim nestes dias? Enquanto estavas nas aulas, nas viagens para casa e para a faculdade, nas noites de festa, na cama... quantas vezes te lembraste de mim?
- Mais do que tu julgas...
- É que eu não consigo não me lembrar de ti. Vejo-te em todos minutos do meu dia, em tudo o que faço, em tudo o que vejo. Cada música que ouço, faz lembrar-me de ti. Cada filme, cada série, cada página de livro...
- Olha os dramas...
- Eu sou assim! É assim que tu me amas!
- Eu não amo essa tua faceta! Nunca a conheci. Tens muito mais para dar. És um rapaz incrível, um excelente amigo, tens dois milhões de valores bons! Não te deixes apagar por esse teu lado que só te magoa.
- Então nunca me amaste.
- Claro que amei. Amo!
- Não, não amas. Porque se me amas, amas-me assim, com falhas e imperfeições, com dramas e lágrimas, com sonhos e derrotas. Amas um, não parte de um.
- Não penso assim...
- Mas é assim que eu quero."