sexta-feira, 8 de junho de 2012

Da Feira do Livro (e dos dois idiotas que lá estavam)

Uma das minhas grandes paixões é a leitura. Em pequeno, adorava que o meu pai me lesse uma históri(nh)a antes de dormir. Imaginava os castelos das princesas, sonhava voar com dragões, acreditava que a magia existia. Em idade mais avançada, queria receber uma carta (que nunca chegou...) da escola do famoso Potter, li 17 vezes o livro que me fez querer ter uma Lua de baloiço no meu quarto, pedi aos meus pais para acabar todas as coleções de livros que tinha.
Agora, em adulto, deleito-me a ler livros de conteúdo não tão infantil (mas não menos fantástico). Já li todos os livros cá de casa.
Quando a Feira do Livro nos Aliados abriu, dei logo lá um saltinho. Revirei a zona de fio a pavio, encontrando livros que há muito queria, livros que já lera e livros que me despertaram o interesse.
Mas, na passada Terça, antes da ida para o meu exame, passei por lá. Com o Joel, claro, que me obrigou a escrever um texto em que ele figurasse não como atrasado pontual, mas como personagem principal. Bom, continuando...
Estamos nós a deambular pela Feira e (depois de termos comprado dois livros - Orlando, de Virginia Wolf (para mim) e Residência na Terra do Pablo Neruda (para o Joel)) passamos por uma banca (já nem sei de que editora) onde trabalhavam dois rapazes. Dois rapazes muito giros. Mesmo! E nós decidimos (claro) passar por lá. E o Joel acabou por ver um livro que lhe interessou bastante e, passando-me para a mão o que comprara anteriormente, pegou nesse mesmo livro e folheou algumas páginas. Depois de decidir que não lhe interessava, pousou-o, devolvi-lhe o livro e retomamos caminho.
Mas não é que um dos rapazes (era mesmo giro...) decidiu perguntar a alto e bom som (e não estou a exagerar!) se nós iamos levar o livro?! Ali no meio a chamar-nos de ladrões?! A nós que, até há segundos, lhes teceramos elogios (ainda que metalmente)?!
A multidão ficou toda a olhar. Vergonha. E, ainda por cima, os idiotas ficaram a olhar para nós com ar de parvos mesmo depois de termo dito que haviamos comprado os livros noutra banca.
Só tenho uma coisa a dizer. Eu fervo muito rapidamente. Alguém que beatifique o Joel porque, com o seu tom calmo (que me irrita muitas vezes), fez com que eu não me revoltasse, soltasse a fera que há em mim e fizesse uma das boas áqueles dois.
Enfim, há quem não mereça os elogios que lhes fazem. Eles são um bom exemplo disso.

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