Tenho dado por mim, quase diariamente, a pensar que tenho de publicar um texto aqui. "Já não vou ao blogue há tanto tempo... tenho que publicar qualquer coisa". E é essa sensação de obrigação e a necessidade de fugir ao "publicar qualquer coisa" que me tem (infelizmente) afastado daqui. Acho que os prazeres que temos (no meu caso, a escrita) não nos podem pesar na mente como deveres. Não podemos pensar que "tenho que..." porque isso só nos vai tirar o prazer que esse prazer deveria proporcionar!
Adiante.
Domingo passado, como toda a gente sabe, comemorou-se a Páscoa. E estava eu a almoçar com a minha família quando me deparei com este pensamento: eu, que não sou cristão, estou a ser um grande cínico em celebrar um acontecimento em que não acredito (não no acontecimento em si, mas na espiritualidade toda envolvente) rodeado de pessoas cujas vidas (principalmente a da minha avó) estão centradas naquela pessoa a que chamam Jesus e naquele deus a que chamam Deus.
Mas depois também cheguei à conclusão que, vivendo eu em Portugal, o meu dia-a-dia é pautado pelos ideais do cristianismo. E mesmo eu (e tantos outros) não acreditando nesses ideais, bem que nos vemos balizados por esses pensamentos.
Por isso, cag** no assunto, continuei a almoçar (e que almoço!) e aproveitei a tarde.
Para acabar, fica este pensamento (não me lembro se já o publiquei aqui, mas que se dane!) retirado do livro Jesusalém de Mia Couto: Durante muitos anos alimentei feras pensando que eram animais de estimação.
Até já!
Aleluia, aleluia! :D
ResponderEliminarNão vejo isso como cinismo, mas algo a que já estás habituado.
ResponderEliminarFoste habituado e educado desde pequeno a viver e partilhar todos esses momentos de família, tanto na Páscoa como no Natal.
Eu sou sincero, eu acredito que existe um Deus, uma força superior, mas não acredito na Igreja.
Eu tenho Fé, não porque me incutiram isso desde pequeno, mas porque vivi coisas que me fizeram ganhar/reforçar essa fé.
Quanto à Igreja em si, não acredito por causa desse mesmo cinismo e falsidade que os rodeiam. Em todas estas alturas, falam sempre dos pobrezinhos e que devemos de dar tudo o que temos, viver na humildade e na pobreza, que devemos de ajudar o próximo e essas coisas todas. Mas custa-me um pouco engolir todo este tipo de "mensagens" bonitas, quando o próprio Papa, vive rodeado de riqueza, as suas vestes, a cadeira onde se senta são todos forrados em ouro e está mais que provado que todo o ouro que existe no cofre do Vaticano dava para tirar a fome a mais de metade de África...
Isso sim é cinismo...
Por isso, espero que tenhas saboreado o teu almoço e que tenhas aproveitado ao máximo o teu momento em família, porque no fundo, é apenas isso que importa.
Um abraço