sexta-feira, 27 de abril de 2012

Da Queima (e outros assuntos)

Ora bem, falta uma semana para começar aquela semana de loucos em que vivemos de noite e dormimos de dia, mal vemos a nossa família e perdemos qualquer noção do que é rotina: a semana da Queima. Este ano confesso, e ao contrário de muitas opiniões, adoro o cartaz. Boa música está garantida (Amor Electro, Rui, Buraka, Aoki, os habituais Xutos e o Quim) e a festa só pode ser grande. Porém, e como sempre, há uma coisa na Queima que eu odeio e que, como nunca tinha falado sobre ela, aproveito agora o blog para a comentar e espero que sirva de alguma coisa (tenho sérias dúvidas, mas nunca é demais tentar): putos na semana dos estudantes universitários.
É das coisas que mais me mete impressão. Miúdos, que ainda nem acabaram o secundário, metem-se no recinto e agem como se fossem os maiores, bebendo sem conta nem medida, fumando merdas que os fazem andar de lado e, alguns, estragando as noites que, supostamente, seriam de relaxamento do pessoal que estuda a sério (não que não hajam estudantes do secundário que não estudem, mas não vamos comparar o estudo universitário com o estudo pré-universitário). Se fosse eu a mandar, a regra máxima desta semana seria:

1. A semana da Queima e a entrada no recinto designado de Queimódromo, é de uso exclusivo de estudantes universitários.
2. Podem também usufruir do citado em 1., todos aqueles que sejam maiores e emancipados ou que tenham completado 18 anos até ao dia de início da semana académica.
3. Estão expressamente proibidos de usufruir do citado em 1., as pessoas que ainda frequentem o ensino secundário e os maiores de 18 nas mesmas condições.

Eu sei, eu sei. É preciso dinheiro e estes putos irresponsáveis trazem muito. Mas não faz qualquer sentido que uma semana que se diz "dos estudantes universitários" acolha estes miudinhos com o rei na barriga.

Agora, e fugindo do assunto da queima, quero falar-vos de outro assunto. O que é amar? O que é um namorado e o que é namorar? São questões que têm milhares de respostas mas nenhuma delas dá a resposta definitiva, final e que me esclareça esta minha cabeça.
Uma vez perguntei a uma pessoa (que me amava) o que era amar para ela. E, como resposta, fiquei a saber que amar era "abdicar do tempo e do que se gosta pela outra pessoa". No segundo a seguir, perguntei se abdicava de x (que ainda por cima lhe fazia mal) e o caraças é que abdicou.
Portanto o que é amar? Para mim, e fico à espera dos vossos comentários, é confiarmos numa pessoa a 100%, partilhar com ela os sucessos e fracassos da nossa vida, vermos nela o nosso melhor amigo, o nosso apoio, querermos construir com ela um futuro e imaginar esse futuro com ela. E, principalmente, querer fazer feliz essa pessoa. Não é, e não pode ser, só dizer "amo-te" ao fim do dia e, durante o dia, cagar nessa pessoa.
E o que é um namorado? Aquela pessoa que beijamos, fazemos sexo e dizemos "amo-te"? Vamos ao cinema duas ou três vezes, damos alguns passeios, tomamos uns copos, e é isso? Ou será algo mais?

Ajudem-me, porque eu quero mesmo saber.



3 comentários:

  1. Sendo eu um homem de ciencia, diria que é uma empatia quimica entre as feromonas o que provoca nas 2 pessoas um grande fluxo de hormonas amorosas (oxitocina, adrenalina, noradrenalina e afins...) e que as faz ter esses sentimentos todos.
    Agora além disso, penso que será smp mt dificil responder: será um mecanismo biológico que garanta a evoluçao da espécie? será uma convençao social milenar influenciada pela Igreja? será. E todos nós queremos as nossas respostas.

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    1. Hum, não me agrada nada a redução de um sentimento como o amor a uma explicação química. Mas se for essa a única...
      Porém, não me parece que amar seja, como disseste, uma necessidade biológica de garantir a evolução da espécie. Para isso bastaria o sexo e não o amor.
      Por último, não é de todo compreensível para mim a influência que a igreja possa ter relativamente ao sentimento.

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  2. Penso que uma explicaçao quimica tá na base de quase tudo e deve ser encarado como algo natural. Em relaçao a mecanismos de evoluçao, achas que uma espécie dotada de pensamento abstracto contentaria-se com puro e carnal sexo ao longo de milénios? O amor talvez esteja para o ser humano como o ritual de acasalamento está pra mts espécies. E a influencia da Igreja encontra-se em quase todas as bases sociais actualmente, fruto da acçao da mesma ao longo de séculos. A Igreja, ao ser propensa ao casamento, ditava que o "amor" era algo que se devia criar na familia e que essa mesma era a celula nuclear da sociedade e que era isso que deus queria. Parece-me tudo intimamente ligado.

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