quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Morte nos Carris

Não se deixem levar pelo título romântico-policial do texto de hoje! O tema não tem nada de fictício nem sequer é aberto a piadas. Bem, pelo menos não a parte séria. O resto... bem, já sabem como eu sou!

O comboio que parte às 9 horas da Estação (linda e maravilhosa) da Granja, ao chegar à Estação de Francelos (entre Miramar e Valadares), atropelou mortalmente um homem. Consequentemente, essa circulação parou, assim como as seguintes. Ou seja, eu, que me encontrava no comboio imediatamente seguinte ao comboio-atropelador, fiquei preso cerca de meia hora na Estação devido ao acidente.
O impressionante disto tudo (e quero desde já salientar que tudo aquilo que vou escrever é VERÍDICO e que não é nenhuma forma jocosa da minha parte) foram as reações das pessoas.

Primeiro, uma passageira do comboio onde me encontrava, curiosamente, sentada à minha frente, mal o comboio parou e nos apercebemos que algo de muito errado acontecera, saltou do banco, correu para a porta, olhou para fora e gritou para dentro da carruagem "EU VI TUDO!!!". Claro que não tinha visto nada. Tinha estado, até então, a olhar para mim e a falar ao telemóvel. Mas foi a única que andou sempre a correr de um lado para o outro a trazer novidades, declarando sempre que tudo tinha visto, apesar de já ninguém acreditar nela.

Segundo, depois de eu ter saído da carruagem, 5 carros pararam à minha frente para me perguntar o que se passara. Perguntar não custa e não tem mal nenhum. Interromper o trânsito é que não! Aliás, chegaram a importunar a chegada de uma das ambulâncias só por causa da cusquice (não é que a ambulância fosse adiantar de alguma coisa, mas...).

Terceiro, e acho que foram as reações mais estúpidas mas, admito, as que me deram mais vontade de rir, um homem exclamou aos passageiros "Foda-sa, podia ter-se morto ontem à noite! Agora vai atrasar a vida de todos!". E uma senhora afirmou "Já ninguém respeita os sinais de trânsito!", ao que eu respondi que a pessoa (ainda não se sabia o sexo da vítima) podia ter mesmo querido ser atropelada. E ela, "Acha? Que horror!".

Não sei, sinceramente, como é que os profissionais que foram chamados ao local (polícia, bombeiros,...) conseguiram aturar as interrupções constantes dos passageiros e das pessoas que passavam na zona. Algumas chegavam a ser martirizantes!

A curiosidade altera-nos por completo! Felizmente, liguei ao meu pai que teve a possibilidade de me levar à faculdade. Senão, lá tinha eu ficado mais uns tempos a aturar cusquices e a ouvir disparates.

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