Erectus

Já me chamaram de J.P.. Tinha cerca de 7 anos.
Depois, chamaram-me de Johnny, Jó, Johnny P., Guitar ou Bigodes, Joãozinho, Jójó.
Houve até quem me chamasse de Pedro, Peter ou Pedrinho. Não o repitam.
Já fui chamado pelo meu sobrenome (Guimarães), pelo meu alter-ego (Hugo, Jéssica) e até por personagens de filmes que me assentam como uma luva (João Potter, Lily (Black Swan)).
Ultimamente, chamam-me por Gui, o meu favorito.
Ontem foi Larilas.
Primeiro pensei que fosse para uma mulher. Uma Laura Liliana, uma Lara Emília ou uma Lídia Antónia Ramalho Inácio Lameiras Antunes Santos. Pensei nisso. Por isso não olhei.
"Larilas! Oh Larilas!"
Hum, será que era para mim?
Será que os energúmenos (que eu sei muito bem quem são) se referiam a mim daquela maneira por ser quem sou?
Será que hoje em dia as pessoas só sabem referir-se a alguém pelas características que os individualizam?
"Sabes da Maria?" "Que Maria?" "A gorda!" "Ah! A Maria!"
"Sabes do Sérgio?" "Que Sérgio?" "O gay (larilas, bicha, panasga ou paneleiro)!" "Ah! O Sérgio!"
Será isto normal?
"Larilas!"
Como sou um ser superiormente superiror, e na minha suprema superioridade, respondi:
"Depois falamos, Erectus!"
Provavelmente o morcão e os morcões dos amigos dele pensaram que lhes teci um elogio. Mas coitados, a cabeça deles não dá para mais.
E peço desculpa à espécie extinta do hominídeo acima referida. Pois até esse ser foi suficientemente inteligente ou habilidoso para aprender a usar o fogo. Aqueles seres destituidos de inteligência não sabem usar nada. Ou melhor, sabem, mas não vou conspurcar o meu blog com as nojeiras deles.